segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Tema da Região de Lisboa para o Ano Escutista 2008/09

Homens Novos para uma Nova Humanidade

"Estando ele em viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente uma luz vinda do céu envolveu-o em claridade. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: "Saulo, Saulo, porque me persegues?" (Act 9, 3-4). Saulo... O Israelita. Saulo... O Fariseu. Saulo... O Soberbo. Caído, naquela poeirenta estrada. Caído dos seus planos, da sua vaidade,
das suas certezas. Derrocado da sua vida! "Quem és tu Senhor?". "Eu sou o Jesus a quem tu persegues."
É um Homem Novo que se ergue do chão e segue por outros caminhos.
Nós escuteiros somos, também, convidados a redimensionar a nossa vida, deixando actuar a Palavra que nos revela a essência e nos conduz à expressão máxima, ao ágape: dar a vida pelos outros. Este é o desafio proposto para o ano que decorre!
Estarás tu disposto a experimentar? Estarás tu disposto a deixar-te cair do teu cavalo? A deixar-te levantar?
As implicações são sérias, estamos em pleno século XXI. ATREVE-TE! ARRISCA! Experimenta a via da Caridade, a via da Liberdade, a via da Verdade, a via da Justiça, a Via Gáspia do Amor.
Para quê? Para o pores em prática. Onde? Na tua família, na tua comunidade, no teu Agrupamento, na sociedade em que estás inserido. Como? Parte e reparte, de ti, da vida, dos bens, dos dons, do tempo… tanto que há para dar e repartir, sabendo que tudo o que damos, não nos pertence, nada é teu, meu, dele, pois tudo nos foi ofertado por Ele gratuitamente.
Irmão Escuteiro: não te deixes alienar pelo colorido dos lenços, pela melodia das guitarras, pelo calor das fogueiras, pensando que tudo está feito, que nada há a acrescentar. A descobrir. Não te acomodes. Ousa Ousar! Ousa Mudar! Ousa Amar! Ousa Anunciar este Cristo que te faz erguer! Ousa cumprir o sonho de B. P. construindo uma NOVA HUMANIDADE!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Uma fotografia de família... procura-se!

Pois como já devem ter reparado, a fotografia que se encontra aqui mesmo ao lado apenas apresente dois dos 'pêros do nosso cesto'...
Portanto, vamos lá marcar uma data para juntar o cesto completo e guardar para a posteridade um belo retrato de família! É claro que não se pretende uma fotografia daquelas tipo Conselho de Ministros ou o último almoço da Família Antunes! Que tal puxar por essas cabeças iluminadas e pensar num 'quadro' que mostre do que são feitos os 'pêros de Alenquer'? Venham daí ideias e sugestões!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Soltar amarras...

É tempo de preparar as amarras para largar rumo a mais um ano de actividades! Um novo ano escutista se avizinha e a abertura oficial do ano é já no próximo dia 5 de Outubro!

sábado, 20 de setembro de 2008

E quem foi Pêro de Alenquer?

Nas navegações portuguesas dos últimos decénios do século XV pontificou um notável conjunto de pilotos, homens com grande experiência de navegação no alto mar e cientes das mais avançadas técnicas náuticas: protagonizaram as viagens de descobrimento e exploração ao longo na costa ocidental africana, no Atlântico Sul (e, quiçá, Norte), e os acompanharam as duas viagens decisivas de Quatrocentos: as de Bartolomeu Dias e Vasco da Gama. Assim sucedeu com um dos mais celebrados mestres do ofício no seu tempo, Pero de Alenquer.

Em 1483 D. João II concedeu-lhe a mercê de se vestir como os escudeiros, dadas as suas qualidades profissionais, graças às quais se tornou no elemento chave das viagens de final de século: pilotou uma das caravelas de Bartolomeu Dias na viagem de 1487-88, e depois a nau “S. Gabriel”, capitânea da armada de Vasco da Gama. Aceita-se que tenha morrido no regresso desta última, pois ainda em 1499 D. Manuel concede a seu filho Rodrigo uma tença por morte do pai.

O facto de ter sido escolhido para piloto da viagem de Bartolomeu Dias mostra que já devia possuir larga experiência de navegação atlântica, dado que as equipagens desta armada foram escolhidas entre os melhores homens do mar na época, atestando o cuidado que o rei pôs na sua organização. Outrossim se passou com a de Vasco da Gama, cuja preparação sabemos ter sido longa e cuidada, mas o facto de Alenquer ser o piloto-mor (piloto-mor era o piloto da nau onde ia embarcado o capitão-mor, por isso chamada capitânea) indicia que seria seguramente tido como o melhor piloto de então.

O nome de Pero de Alenquer é porém muitas vezes referidos por causa de um outro episódio. Conta Garcia de Resende na sua Crónica de D. João II que um dia, estando o rei à mesa a dizer que só podiam vir navios de pano latino da Mina (isto é, apenas os de Portugal), porque queria manter a exclusividade desta rota, Pero de Alenquer replicou que de lá traria qualquer navio redondo. O rei negou-o, o piloto reafirmou o que dissera antes, e o monarca rematou a conversa afirmando que a “um vilão peco não há coisa que lhe não pareça que fará e enfim não faz nada”. Terminada a refeição D. João II mandou chamar Pero de Alenquer e pediu-lhe que lhe perdoasse por ter dito aquilo, mas pretendia manter o segredo da navegação para a Mina - e por isso manteve sempre a Guiné bem guardada no seu reinado, acrescenta o cronista.

A história é incongruente sob vários pontos de vista, dois dos quais por demais evidentes: Portugal não era o único país onde existiam navios redondos que pudessem navegar até à Mina, ao contrário do que se afirma no texto; e não faz qualquer sentido que, pretendendo o rei manter o segredo da navegação da Mina, um dos pilotos que fazia essas viagens não soubesse que devia manter sigilo rigoroso sobre elas! Mas vale por outros motivos: mostra-nos um Pero de Alenquer próximo do rei, e dele afirma que era um “muito grande piloto da Guiné e que bem tinha descoberto”.

Pêro de Alenquer ao lado de Pedro Nunes no Padrão dos Descobrimentos